quarta-feira, agosto 31, 2005

Linux - desafio para agradar a grandes clientes corporativos




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Um programa chamado Linux provocou mudanças radicais na forma de desenvolvimento de software e está trazendo problemas para a poderosa Microsoft Corp. O governo brasileiro, por exemplo, estimula órgãos públicos a usar o software de código aberto. Mas os defensores desse programa de código aberto agora enfrentam novos desafios, como agradar a Joseph Drouin.


Há dois anos, Drouin, diretor de informática da TRW Automotive Holdings LLC, fazia parte de uma onda de gerenciadores de tecnologia de informação que instalavam o Linux pela primeira vez. A medida foi um grande sucesso na TRW, ajudando a fabricante de autopeças a cortar custos e expandir seu sistema de computador de maneira bem mais barata.


Mas ele não está convicto de que a TRW deva migrar mais sistemas para o Linux ou, em vez disso, ficar com a Microsoft e outros vendedores de softwares convencionais para empresas. “Agora temos um certo estímulo e alguma confiança, mas não nos comprometemos”, diz Drouin. “A preocupação é ter certeza de que estamos dando os passos certos, e não seguindo esse caminho só por causa da animação.”


Enquanto se espalha o uso do Linux e outros softwares de código aberto, os maiores compradores de produtos de informática estão exigindo um novo nível de serviços, suporte e funções dos programas. Muitos clientes pularam para o Linux por causa da fácil redução de custos. Mas para apostar com tudo em tais produtos para suas centrais de processamento de dados, exigem muitos dos recursos de softwares comerciais, entre os quais uma grande variedade de aplicativos e ferramentas fáceis de usar.



“De certa forma, o Linux talvez esteja na dianteira agora”, diz Eric Singleton, diretor de informática da varejista Tommy Hilfiger. A empresa vinha rodando seu site de comércio eletrônico, Tommy.com, em Linux — mas recentemente trocou para software da Microsoft. Ele diz que o Linux “é um grande produto”, mas acrescenta que “precisa ter o nível final de confiabilidade e previsibilidade para eu apostar nele o futuro de uma empresa que fatura bilhões”.


Com que velocidade os programas de código aberto podem diminuir a diferença em relação ao software comercial é tema de um acirrado debate na indústria de informática. A transição pode determinar se a tecnologia vai continuar com sua ascensão ou parar diante de competição mais forte no centro das redes de informática das grandes empresas. Em junho, a corretora SG Cowen publicou dados que sugerem que havia diminuído recentemente a venda de novas assinaturas para o Linux feita pela Red Hat Inc. e pela Novell Inc., as mais conhecidas fornecedoras comerciais do sistema operacional.


No entanto, executivos da indústria que se reúnem esta semana em São Francisco para a conferência Linux World vêem provas suficientes de que programas de código aberto estão evoluindo rapidamente para absorver trabalhos maiores. E investidores de capital de risco estão apostando bastante que o crescimento continue, tendo investido US$ 290 milhões em 2004 e US$ 104 milhões durante o primeiro semestre deste ano numa nova safra de empresas de software de código aberto, segundo a Dow Jones Venture One.



O modelo de negócios do software de código aberto “está amadurecendo e funcionando”, diz David Patrick, vice-presidente da Novell. “Clientes com grandes redes estão participando. As pessoas estão realmente se sentindo mais à vontade com ele como modelo.”



O software de código aberto dá aos usuários a liberdade de examinar e modificar instruções, conhecidas como códigos-fonte, que muitas empresas mantêm secretas. Em vez de ser escritos por uma empresa, os programas de código aberto são desenvolvidos e aperfeiçoados por redes informais de programadores, muitas vezes de forma voluntária.


Uma das vantagens é que problemas e falhas de segurança podem ser detectados e corrigidos rapidamente.


Os usuários podem, normalmente, descarregar e experimentar esses programas de graça, com vendedores como a Red Hat cobrando pela assistência ou por versões mais avançadas de seus produtos.

O Estado de São Paulo - Economia

Por Robert A. Guth e Don Clark

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