Dataprev1_logoA Dataprev calcula que até 2010, mais da metade dos programas que utiliza serão baseados em software livre. A aposta da empresa de processamento de dados da Previdência Social foi na linguagem Java, mas seu presidente, Rodrigo Assumpção, confessa que a transição é menos simples do que pode parecer.

"Hoje, temos 400 desenvolvedores de Java nas UDs (Unidades de Desenvolvimento de Software), mas o processo funcionava como ilhas estanques. Então, precisamos 'contaminar' a área de sofware livre na metodologia, nos prazos e na qualidade do software proprietário", avalia Assumpção.

Segundo ele, "não adianta pensar o software livre de uma maneira romântica. Para ser a regra de produção da casa, precisa de uma metodologia de produção rigorosa. E até poucos anos atrás, a Dataprev praticamente não desenvolvia".

Essa mudança de perspectiva, a qual Assumpção chama de "consolidar a filosofia do software livre" é fundamental para a Dataprev e, como explica o próprio presidente, "tem mais a ver com a migração do que considerações políticas sobre o software livre".

Ele se refere ao Termo de Ajuste de Conduta entre o Ministério Público Federal e o Ministério da Previdência. Neste acordo, o ministério se comprometia a migrar todos os cadastros da Previdência para plataforma baixa e em software livre até dezembro de 2009.

"Ano que vem só teremos mainframe como gestão do legado de 30 anos de dados", sustenta o gerente da Unidade de Desenvolvimento de Software da Dataprev, Érico Ferreira, a cargo, portanto, de unificar as UDs que Assumpção descreve como isoladas.

Embora o processo de migração venha se arrastando por anos, a Dataprev já reconhece que pode precisar de mais tempo do que o combinado com o Ministério Público. "Estamos dialogando e apresentando todos os obstáculos em conjunto. Se houver necessidade, o ajuste não deve ser de meses, mas de semanas", observa Rodrigo Assumpção.

Discussões sobre software livre foram o foco do 5º Fórum de Tecnologia, Informação e Comunicação, realizado na segunda-feira (27/07). A Dataprev sustentou que o sistema de código aberto usado atualmente permite, entre outros, o acompanhamento do tempo de atendimento nas agências da Previdência Social. E, na área do ensino a distância, o uso de uma ferramenta livre possibilitou a capacitação de 32 mil servidores nos últimos dois anos.

 Fonte: Convergência Digital