As cidades de Maraú, Cruz das Almas e a Biblioteca Pública do Estado da Bahia receberam nos meses de julho e junho os espaços que promoverão a inclusão digital.


Maraú fica à 428 km de Salvador, localizada na península de mesmo nome, com uma população de cerca de 17 mil pessoas. Na quinta-feira, 23 de julho, o município recebeu o seu primeiro telecentro. Pouco tempo antes, no dia 17, Cruz das Almas, distante 150 km da capital, inaugurou espaço de inclusão sócio-digital e capacitação profissional de pessoas de todas as idades: das crianças aos idosos.

O telecentro de Maraú é fruto da parceria entre o Serpro e a prefeitura da cidade. A região entrou na história com a chegada em 1705 de frades capuchinhos italianos. O nome atual do município deriva da aldeia de índios da área, denominada "Mayrahú", que significa "luz do sol ao amanhecer". O espaço agora em funcionamento é também, por sua vez, uma ação para iluminar os caminhos da inclusão social na península.

A Associação Beneficente Batista Independente e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) são as entidades envolvidas na instalação do telecentro de Cruz das Almas. É o último centro do Projeto Recôncavo Unido pela Solidariedade, que implantou centros em sete municípios. A referida Associação tem diversos programas para jovens, adultos e idosos, nas áreas de educação, esporte, convivência social, geração de renda e inclusão digital, este agora instrumentalizado com o novo espaço.

Telecentro da primeira biblioteca pública da América do Sul


Gerusa Souza, funcionária cega da biblioteca pública do Estado da Bahia, já próxima da aposentadoria, começou em 2007 uma pequena jornada para oferecer acesso à internet no setor Braille. No dia 5 de junho de 2009, a parceria entre o Serpro e a Fundação Pedro Calmon, possibilitou a realização desse sonho.

Nesta data, a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, inaugurada em 1811 e, por isso, a primeira da América do Sul, recebeu os 11 computadores doados pelo Serpro, que passaram a equipar o setor Braille da instituição. O espaço é específico para atender ao público portador de deficiência visual e funciona já há 30 anos. Para ficarem completamente acessíveis, os equipamentos ainda estão sendo preparados para receber os programas necessários.

"É um marco para a Biblioteca, que ainda não tinha serviço de acesso a computadores e à internet", afirmou Ivana Lins, diretora da instituição, que destacou que o espaço já nasce especial, por ter como prioridade os cegos. "Agora o desafio é estruturar a gestão do local", completou Ivana.

Louis Braille


O Serpro também proporcionará curso de Linux e do BrOffice para funcionários da biblioteca que prestam auxílio ao público do setor Braille. O lugar receberá ainda este ano o nome de Espaço Louis Braille, em homenagem ao bicentenário do criador do sistema de leitura para cegos.

A Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, coordena o sistema de Arquivos e Bibliotecas Públicas do Estado. Atua no recolhimento, organização, preservação e divulgação de acervos documentais de arquivos públicos e privados e no estímulo e promoção de atividades relacionadas às bibliotecas e arquivos, organizando, atualizando e difundindo seus acervos.

Fonte: Sepro