Diretores de associações de software livre da Argentina, Equador e Peru discutem experiências de adoção de programas de código aberto pelo governo e pela sociedade civil.

No primeiro dia do Consegi, 26, aconteceu, no Salão Nobre Michal Gartenkraut, o debate “Organizações da Sociedade Civil e Software Livre” com a participação de Mário Teza, gerente da Dataprev, Martín Olivera, diretor da Solar – Associação de Software Livre da Argentina, Rafael Bonifaz, diretor da Asle – Associação de Software Livre do Equador e Carlos Horna Vallejos – diretor do Psol – Associação de Sofware Livre do Peru.

Prisioneiros tecnológicos
Para Mário Teza, a política de adoção de software livre está relacionada à metáfora do “dilema do prisioneiro”. “Ocorre uma perda geral quando os membros de um grupo adotam estratégias completamente individuais”, explica. Para ele, esforços colaborativos quebram este ciclo. Como exemplo, Teza citou o Netscape, que perdeu a guerra dos browsers, mas ressurgiu, com código aberto, na forma do Firefox.

Histórias de sucesso e liberdade
Fundada em 2003, a Solar, iniciativa argentina que incentiva o uso de plataforma aberta e conta com mais de duzentos e cinquenta membros, foi o tema da apresentação de Martín Olivera. A Solar apoiou o desenvolvimento de diversos programas como o Musix (música), Lindi (tecnologia industrial para pequenas e médias empresas), Linuxmil (forças armadas) e o Alba (educação). A associação também faz portais para diversas cidades argentinas e organizações do terceiro setor.

No Equador, a partir da eleição de Rafael Côrrea para a presidência da República, o Executivo passou a adotar o software livre como política de governo. Foi o que contou Rafael Bonifaz, diretor da Asle. “O padrão aberto possibilitou a conquista de uma maior independência tecnológica e permitiu maior interação com os cidadãos”. Ele contou também que a associação é uma associação completamente virtual e sua principal tarefa é a organização da versão do Festival Latino-Americano de Software Livre (Flisol) no país.

Carlos Vallejos contou a experiência pioneira do seu país. “O Peru foi a primeira nação latino-americana a elaborar um projeto de lei de software livre, ainda em 2001”. O projeto deu origem à chamada ”Lei de Neutralidade Tecnológica”. A partir disso, as compras governamentais de software devem ser, em princípio, de programas abertos. Tal contexto, levou à criação do Psol que conta com mais de 200 participantes.