Porque usar software livre nos governos? Para responder a pergunta, representantes de quatro países - Paraguai, Equador, Venezuela e Cuba - reuniram-se no debate "Software Livre Internacional - América Latina", nesta quinta-feira, no Consegi 2009.

O consenso entre os palestrantes foi que a plataforma livre abre horizontes independentes, mais produtivos e a custos baixos. De acordo com eles, o grande desafio entre os países que começam a aderir ao software livre é internalizar o seu conceito: aprender a trabalhar colaborativamente para que todos ganhem com a troca de experiências, conhecimentos e idéias.

O equatoriano Mário Albuja apresentou os avanços em governo eletrônico e software livre no governo do presidente Rafael Côrrea. Ele falou sobre os portais de serviços que estão sendo aprimorados para que a sociedade possa ter acesso. Citou, como exemplo, o Sistema Quipux, que cuida de correspondências, é utilizado por 31 instituições, acessado por mais de 12 mil servidores públicos e que tem gerado 50% de economia com gastos de papel. Uma outra solução é o portal de compras públicas, que dá transparência as contratações governamentais. Segundo Albuja, é o segundo com maior número de acessos no governo. Para ele, dois outros portais, trâmite de cidadãos e o de assinatura de documentos com uso de certificação digital, comprovam que a plataforma livre pode ser aplicada em qualquer tarefa, seja simples ou mais elaborada.

O processo de dinamização da economia, a inclusão digital e social são pontos que o governo paraguaio destaca para a adoção do software livre. Nicolas Caballero fez um apanhado de itens que mostram as vantagens da plataforma aberta. "Entre eles, a facilidade de instalação do software, a inovação coletiva que traz benefícios diários de mlehoria, as discussões para o encontro de soluções e, o mais significativo, a filosofia do SL que não exclui ninguém, todos se beneficiam", apontou Caballero.

A representante de Cuba, Miriam Valdéz, acredita que o software livre é uma solução para seu governo: "O governo cubano opta por avançar de forma lenta, porém constantemente, no SL. Dois grupos estão preparando as mudanças. A Receita Federal e a Alfândega já migrarão para a plataforma livre. Fechamos um acordo com o Serpro para nos assessorar neste caminho. Os computadores que serão vendidos no país serão com código aberto", relatou Miriam.

"Temos um decreto governamental para que o software livre seja usado na administração pública federal da Venezuela", disse Carlos Figueira. O venezuelano mencionou que o SL é aditivo, a soma de esforços se multiplica por ser um veículo natural de cooperação no campo tecnológico. Em sua visão, o Consegi é um trampolim para que aqueles que atuam com software livre consigam expandir fronteiras com maior participação nos organismos de colaboração internacionais. "Vida longa ao Consegi", concluiu Figueira.


Fonte: Serpro