O Big Linux é uma das maiores distribuições atuais no Brasil, e vem ganhando mercado após o fim do Projeto Kurumin. Se destaca pela performace e pela segurança, alem de recursos exclusivos.

O sistema é indicado pelo slogan "Em Busca do Sistema Perfeito" e tem como objetivo a simplicidade em um ótimo desempenho.

A distribuição é patrocinada pelo BigBusca, um site de busca desenvolvido pelo mesmo autor, um joven que visa melhorar o Software Livre no Brasil.

Para saber mais, basta visitar o seu site oficial em http://www.biglinux.com.br/

ST: Um pouco sobre você. É inevitável não comentar o sucesso que o Big Linux está tendo atualmente. Muito se comenta quanto à sua idade, que você diz sobre isso?
Bruno:
Para mim é natural. Por volta dos 5 anos comecei a utilizar computadores, no início um MSX com sistema Basic, praticamente o utilizava exclusivamente para jogos, mas como não tinha interface gráfica já foi preciso começar a aprender alguns comandos. Com 13 comecei a aprender CGI/Perl para fazer o site www.bigbusca.com.br que já teve diversos mecanismos de buscas, no início com banco de dados em formato texto e mecanismo em Perl, o nome do site também era outro, Tutatis. Aos 17 iniciei o BigLinux, agora estou com 23 e os comentários até já diminuíram bastante.

ST: Qual é a sua intenção para o futuro profissional?
Bruno:
Para 2009 e 2010 estou trazendo uma forma de desenvolvimento mais eficiente para o BigLinux, entre elas destaco o uso do BigBashView e a possibilidade de instalar o que for desenvolvido para o BigLinux em qualquer distribuição Debian, Ubuntu ou derivados, inclusive espero que outras distribuições passem a utilizar a ideia de manter compatibilidade, pois pode aumentar bastante a velocidade de evolução do sistema.

ST: Criar distribuições Linux é um grande desafio, pois elas são inúmeras e geralmente não se diferenciam, gerando a finalização do projeto. A que você atribui o sucesso do Big Linux?
Bruno:
O problema não é criar a distribuição e sim mantê-la, o BigLinux sempre está evoluindo e no início também praticamente não possuía diferenciais, mas como tempo fomos aprimorando o sistema e trazendo os diferenciais.

Sobre o sucesso creio que a ideia básica de trazer o máximo de facilidades, um sistema que um novo usuário consegue utilizar sem dificuldades e o avançado não precisa gastar muito tempo para deixar ao seu modo.

Alguns feitos também ajudaram a trazer publicidade, como ser a primeira distribuição do mundo a vir com Desktop 3D e Amsn com suporte a webcam, também damos atenção a pontos que são esquecidos por quase todas as distribuições atuais, por exemplo a parte de conexão discada.

Acho importante também destacar que as contribuições na parte de design feitas principalmente pelo Lunimare e as contribuições em multimídia feitas por Klaos Lacerda ajudaram bastante a distribuição a evoluir, bem como as demais contribuições feitas por vários usuários, não apenas as ligadas diretamente ao sistema, mas muito também é feito pelos usuários do fórum que se ajudam de forma mútua, sendo hoje um dos melhores fóruns sobre Linux no Brasil.

ST: Quais foram/são as principais dificuldades encontradas?
Bruno:
Sempre existem muitas dificuldades relacionadas à manutenção do sistema e criação de novos recursos, no momento estamos com diversas dificuldades para adaptar todo o sistema ao funcionamento do KDE4, porém a maior dificuldade mesmo é manter a dedicação ao sistema ao longo dos anos, principalmente por não cuidar apenas do sistema, mas também do site, fórum, outros sites e ainda ter tempo para outras atividades não relacionadas à informática.

ST: Quais são as perspectivas para o futuro do Big Linux?
Bruno:
Creio que nessa área não se pode criar perspectivas muito longas, as mudanças são muito rápidas e a cada versão precisamos ver o que precisamos melhorar, o que foi criado em outros projetos e precisamos incluir, entre outros pontos a serem analisados, mas para 2009 e 2010 destaco os pontos a seguir:

- Passar a ser auto-sustentável ampliando o número de buscas diárias do site www.bigbusca.com.br de algo em torno de 3.500 para 50.000.

- Tornar o sistema internacional, tendo opção de uso em português, inglês e espanhol.

- Utilizar o BigBashView, um sistema muito interessante, que renderiza a saída do terminal Bash utilizando Webkit, tornando simples a criação de interfaces para o terminal, bastante similar a criação de sistemas em PHP, porém voltado a sistemas locais.

- Utilizar o BigControlCenter, um painel de configurações que pretende ter opções para as mais variadas situações, de ajustes no design à configuração de servidores como Apache e LTSP, feito utilizando BigBashView e respeitando regras de compatibilidade no momento funciona tanto no BigLinux como no Debian, Ubuntu e seus derivados.

ST: Como você viu o anúncio do final do projeto Kurumin?
Bruno:
Acompanhava notícias e o desenvolvimento do Kurumin desde a versão 3, já havia notado um descontentamento do Morimoto em manter a distribuição algum tempo antes da notícia do final da distribuição, que para mim terminou na versão 7, foi um projeto fundamental para popularizar o uso do Linux no Brasil e também para a criação do BigLinux, pois foi remasterizando o Kurumin onde foi iniciado o BigLinux e aprendi muito sobre criação e manutenção de distribuições com os guias do Morimoto.

ST: Recentemente houve o anúncio que o Linux tomou 1% do mercado de SO's. Qual a sua visão de futuro ao Software Livre no Brasil?
Bruno:
Tanto no Brasil como em qualquer país o Software Livre tende a crescer, é um modelo de desenvolvimento que funciona, dissemina a informação, evita monopólios e contribui para a inclusão social.

Em especial no Brasil a criação do “Computador Para Todos” foi uma lástima para o crescimento do Software Livre, como de costume não existe fiscalização para o cumprimento real das regras, foram criadas várias distribuições de baixa qualidade e que espalharam e ainda espalham a fama de que o Linux é ruim e difícil, cheguei até mesmo a receber propostas para que o BigLinux fosse uma das distribuições utilizadas nesse projeto, porém o preço oferecido para criação do suporte era abaixo do mínimo necessário para algo que funcione.

Tenho visto também uma melhor receptividade por parte das empresas em adotar soluções baseadas em Software Livre, tenho notado também que os próprios usuários estão tendo uma postura melhor ao demonstrar os sistemas para outras pessoas, estão notando que apesar da parte filosófica ser muito bonita devemos focar realmente é no funcionamento do sistema.

ST: Na sua opnião, qual é o principal motivo, atualmente, dos usuários migrarem para o Linux?
Bruno:
Creio que é preciso encontrar motivos para utilizar outro sistema, pois utilizar Linux deveria ser a primeira opção, acompanhe o raciocínio:

- É livre, você não fica dependente de uma única empresa, o código é analisado por diversas pessoas e empresas, isso ajuda a acreditar que aquele Software faz apenas o que deve fazer e não possui nenhuma armadilha.

- Possui bom desempenho, computadores considerados obsoletos para uso de sistemas proprietários atuais podem rodar diversas distribuições atuais com bom desempenho, isso além de tornar mais barato por não necessitar tantas atualizações de hardware, também diminui o aumento de lixo no planeta.

- A manutenção do sistema é muito simples, possuímos gerenciadores de pacotes que fazem o download e efetuam a instalação de programas automaticamente, com poucos cliques tudo é feito de forma fácil e rápida, você não precisa ficar entrando em sites de downloads para baixar o que necessita, a parte de atualização também é centralizada, você não precisa atualizar cada programa individualmente, todo o sistema pode ser atualizado nesse gerenciador de pacotes.

- Cada vez mais o uso dos computadores está girando em torno do navegador e temos boas opções, por exemplo: Firefox, Opera, Konqueror, Arora e em breve será lançado o Google Chrome.

- Boa parte das distribuições podem ser utilizadas diretamente do CD ou DVD, sem necessidade sequer de instalar no HD.

- Além dos pontos citados ainda destaco que em geral as distribuições são gratuitas, você faz o download, grava o CD ou DVD e utiliza como quiser, instala em quantos computadores quiser, distribui cópias para os amigos e tudo sem infringir a lei.

Portanto realmente creio que utilizar Linux deve ser a primeira opção e caso o usuário precise de uma função específica que não está disponível deve procurar um sistema que ofereça.

ST: O ST tem como público alvo todos os níveis em informática, predominando pelo uso de sistemas Microsoft. Você tem alguma mensagem para os usuários do ST?
Bruno:
Irei separar as mensagens para 3 grupos:
Usuários, utilizem aquilo que atende melhor suas necessidades, mas conheçam algumas distribuições Linux, entre elas inclua o BigLinux, você pode utilizar diretamente do CD ou instalar em outra partição no mesmo HD que está instalado o sistema da Microsoft, é interessante conhecer alternativas.

Técnicos, é essencial conhecer outros sistemas e saber lidar ao menos com o básico de cada um, portanto se ainda não conhece sobre Linux recomendo ir agora ao site www.biglinux.com.br e começar o download.

Desenvolvedores, criar projetos livres é muito interessante, a aceitação da comunidade costuma ser muito boa e se você se dedicar ao projeto em pouco tempo consegue uma boa visibilidade que pode trazer diversas oportunidades, porém sempre é preciso dedicação, existe uma grande quantidade de projetos que duram menos de 6 meses, sem continuidade qualquer projeto irá fracassar.


Fonte: Suporte-Tecnico.net