Influenciado pelas ideias e ações de Mahatma Gandhi e Richard Stallman, o presidente da Free Software Foundation - Índia, Nagarjuna, G., defendeu o direito de todos de ler e escrever nas sociedades digitais.

"Não hesite copiar porque este é um direito que nasce com você", declarou o presidente da Free Software Foundation - Índia, Nagarjuna, G., durante o último dia do Consegi 2009. Para ele, a desobediência civil digital é uma das formas que as pessoas têm de enfrentar as grandes corporações que querem aprisionar a criação, reprodução, distribuição e interpretação das ideias e do conhecimento.

De a cordo com o ativista da liberdade no mundo digital, a administração pública não deve se submeter aos interesses comerciais. "Os documentos públicos pertencem aos cidadãos", afirmou ele, que entende que os governos devem declarar os softwares proprietários ilegais e garantir a migração dos sistemas no Estado.

"O Brasil e outros países de América Latina têm dado o exemplo da opção pelos programas de código aberto", comentou o presidente da FSF índia. Do país dele vem o exemplo de uma ação de restrição do conhecimento ao povo. O sânscrito, gramática artificial assim como o software, foi limitado a uma determinada casta, impedindo que os demais tivessem a possibilidade de ler, escrever e, por consequência, criar, interpretar e compartilhar de modo completo. "Devemos ter a liberdade de aprender a linguagem do computador", decretou.

Hackers
Nagarjuna disse que ser hacker é promover a desobediência civil. Para ele, Gandhi foi um exemplo antes da sociedade digital, enquanto Richard Stallman é a representação atual desta prática. O grande ícone indiano reunia - semelhantemente aos hackers - criatividade, inventividade na obtenção de novas formas de luta contra a opressão e a defesa da adoção de tecnologia que possa ser desenvolvida, gerida e utilizada pela própria população.

Por fim, as táticas de copyleft podem ser responsáveis por fazer as mudanças sociais necessárias, ações como compartilhar e ajudar, de forma transparente, colaborativa e inclusiva. "Nenhuma sociedade civilizada proíbe estas ações", finalizou Nagarjuna.

Fonte: Sepro