O Brasil quer apresentar ao mercado norte-americano as suas competências em software livre e, a partir disso, se tornar um parceiro efetivo para o desenvolvimento de soluções em plataformas livres. De acordo com o diretor de mercado da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Djalma Petit, os players brasileiros podem ocupar o espaço de fornecimento que hoje pertence às empresas de países longínquos, como a Índia, cuja aposta é geralmente em software proprietário. "Temos ações planejadas para chamar a atenção para a capacidade brasileira de desenvolvimento de software livre. É esse o recado que esperamos passar aos clientes dos Estados Unidos", revela.

Dentro dessa estratégia, a Softex desenvolveu, em parceria com o instituto norte-americano Everest Institute, um white paper (espécie de artigo), apresentando o expertise brasileiro nessa área. O documento está sendo apresentado no estande do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) aos visitantes do 11º Fórum Internacional Software Livre (Fisl11). O evento acontece até sábado na Pucrs, em Porto Alegre. Durante o evento, a Secretaria de Política de Informática (Sepin/MCT) cadastrará empresas que trabalham com software livre e que tenham cases de sucesso para relatar.

O white paper aponta que o País reúne todas as condições para garantir uma posição de liderança no mercado mundial de software livre, diferenciando-se de outros países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) por possuir programadores capacitados, companhias especializadas na comercialização de soluções open source e inúmeras empresas bem-sucedidas no emprego de ferramentas baseadas em software livre em diversas verticais, como telecomunicações e educação.

O diretor da Softex explica que o segmento de software livre é parte integrante de um setor mais amplo e, por isso, enfrenta desafios similares ao das demais empresas de Tecnologia da Informação (TI) brasileiras. "A fixação da marca do Brasil como um provedor global de serviços é uma questão importante", sugere. Além disso, ele cita o fato de que a competição internacional exige empresas mais robustas enquanto no Brasil o setor de TI é formado, basicamente, por competidores de pequeno porte.

Para que a TI brasileira ganhe espaço no mercado externo, foi criada a marca Brasil IT+, desenvolvida para dar uma maior unidade às ações realizadas. "Queremos dizer ao mundo que a nossa indústria de software é muito diversificada e tem uma oferta ampla, desde software livre até proprietários especializados", conclui.

Por Patricia Knebel

Fonte Jornal do Comércio