Nenhum município do Sul do Brasil foi incluído entre as 100 primeiras cidades que serão conectadas à internet rápida pelo PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). A lista foi divulgada na quinta-feira pelo presidente da Telebrás, Ro­gério Santanna.

A população total das cidades incluídas é de 14.068.645 habitantes, em 15 estados. O PNBL, lançado em maio pelo Ministério das Comunicações, tem como meta trazer banda larga para 40 milhões de brasileiros até 2014 com dois planos a preços populares: R$15 e R$35, com velocidade mínima de 512 kilobits por segundo, além de levar acesso a banda larga para todos os órgãos do governo e ampliar o acesso móvel.

O Plano pretende usar redes de fibra ótica que já existem mas estão ociosas para difundir o acesso, com investimentos do setor pri­­vado e o Estado tendo papel complementar. Para tocar o PNBL, a Telebrás terá R$ 3,22 bilhões do Tesouro Nacional nos próximos cin­­co anos. A expectativa é que a em­­presa dê prejuízo nos próximos três anos.

O PNBL, além dos recursos do Tesouro Nacional, terá be­­­­nefícios fiscais, empréstimos do BNDES e uso de recursos de fundo setorial. Assim, o total de dinheiro público usado no plano pode chegar a R$ 13,25 bilhões.

A lista atraiu críticas das ope­­­radoras de telefonia, que já oferecem serviços de banda larga em 97 das 100 cidades contempladas. O Sindicato Nacio­nal das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pes­­soal (SindiTelebrasil) diz que, além de demandar a duplicação da infraestrutura já existente, a lista divulgada pelo governo contempla cidades com mé­­dia de Índice de Desenvolvi­men­­­to Humano (IDH) de 0,7, considerado médio-alto numa escala que vai de zero a 1.

Segundo o Sin­­­­ditelebrasil, esse critério diverge de uma das premissas do PNBL, que era de atender municípios com menor IDH. Outro alvo de divergência é a inclusão na lista de cidades co­­mo Campinas (SP), Guaru­lhos (SP), São Gonçalo (RJ) e Juiz de Fora (MG), com alta renda per capita e alto IDH.

* fnte: Gazeta do Povo