Ontem estive no Paraná Wireless 2010 – Cidades Digitais, no auditório da Celepar, em Curitiba. Infelizmente não consegui cobrir o evento pelo Twitter, pois o celular mal pegava dentro do auditório. Até para entrar ao vivo na rádio CBN foi um sufoco. Mas conforme prometi, gostaria de compartilhar com vocês algumas informações interessantes sobre inclusão digital, software livre e PNBL.

Uma descoberta interessantíssima foi o Expresso, uma espécie de “Outlook livre” que muitos órgãos de gestão pública utilizam. Eu já tinha ouvido falar, mas achava que era algo que estava mais próximo do Thunderbird. Na verdade, é bem mais que isso. Representantes do Serpro e da Celepar, que palestraram, mostraram como funciona e como é usado por eles.

O Expresso tem agenda, contatos, tarefas, email (com push) etc. É totalmente online, e funciona inclusive via celular, através de uma interface limpa, o Expresso-mini. O Expresso tem ainda mensageiro instantâneo e até VoiP incorporado — o pessoal do Celepar usa uma funcionalidade onde, ao clicar na foto de um contato, ele imediatamente telefona para a pessoa. A comunidade Expresso Livre está aprimorando constantemente a solução. No momento, estão se dedicando ao Expresso em nuvem e no desenvolvimento de uma interface para cegos.

Quero deixar bem claro aqui que defendo a liberdade de escolha no que tange a sistemas operacionais e software. Não importa se gratuitas ou pagas. Contudo, no setor público, considero obrigatória a adoção de ferramentas livres. Não só para poupar o dinheiro do contribuite, mas porque esses setores tem condições de criar comunidades e aprimorar as soluções, beneficiando indiretamente uma grande quantidade de brasileiros.

Fiquei muito satisfeita em ver como o Paraná está adiantado na questão da inclusão digital e do software livre no setor público. A Copel e a Celepar estão num esforço conjunto de promover a expansão da banda larga no interior. Uma das iniciativas mais interessantes é a dos Telecentros. O estado cria espaços acessíveis (inclusive para cadeirantes e indígenas) onde a população tem acesso à rede gratuitamente. A prefeitura indica uma pessoa para ser monitor, e ela é treinada em Linux, Firefox e BrOffice. Sim, todas as máquinas são equipadas apenas com soluções livres. A prioridade está nos municípios de baixo IDH, onde a necessidade da inclusão digital é mais urgente. As pessoas passam não só a ter mais acesso à informação e ao conhecimentos, mas a exercer sua cidadania, acessando sites de serviços públicos para tirar 2a via de documentos, fazer currículos, pleitear empregos etc, tudo com a devida orientação. O projeto biblioteca cidadã é uma iniciativa parceira, objetivando incentivar a leitura nas regiões mais carentes do estado. Sugiro que visitem o site http://telecentros.pr.gov.br para conhecer todo o projeto com detalhes. Lá também tem informações sobre o treinamento de monitores e apostilas ensinando o uso básico de softwares livres como Ubuntu, BrOffice, etc.

Há muito mais e ser dito sobre cidades digitais, mas aqui por escrito não tem a menor graça… Estou preparando um Podsemfio só com cases interessantes, aguardem. E, se alguém do Serpro ou da Celepar estiver lendo esse post, escreva-me para gravarmos o podcast juntos!

P.S.: Quer saber o ranking das cidades brasileiras mais conectadas na América Latina? Veja aqui.

* fonte: Garota Sem Fio

* Twitter: @garotasemfio