NasaObjetivo da agência espacial nortep-americana é sair de uma vez por todas do negócio de data centers.

A NASA, agência espacial norte-americana, aplica soluções de nuvem aberta com um objetivo em longo prazo em mente: sair de uma vez por todas do negócio de data centers.

Segundo o CTO da agência, Chris Kemp, os recursos de computação são um meio e não uma finalidade, igual a energia elétrica. “Nós não temos usinas hidrelétricas atualmente. Aliás, não possuímos nenhum dos serviços que usamos como recurso”, diz. Kemp também questiona por que a NASA deve operar qualquer tipo de infraestrutura. “Nosso negócio é ficar no espaço, desenvolver naves e estar sempre onde quase ninguém vai. É isso que o povo norte-americano quer de nós. Eles não esperam investimentos mais de 1 bilhão de dólares anuais em nossa infraestrutura”.

Kemp falou sobre sua plataforma de computação em nuvem da Nasa durante uma entrevista realizada no evento ITExpo, promovido pela Gartner essa semana. Batizada de Nebula, ela é distribuída no modelo de código aberto em uma licença do servidor Http Apache 2.0.

A partir de informações sobre a utilização do código do Nebula, o provedor de cloud computing e de armazenamento Rackspace, foi capaz de criar o OpenStack, plataforma aberta de nuvem lançada no meio desse ano.

Openstack

“Nosso objetivo é comercializar tecnologia”, afirmou Kemp, que ressalta o fato do código do Nebula agora fazer parte do sistema proprietário OpenStack. “É, possivelmente, uma das transações tecnológicas mais importantes já realizadas pela NASA em um longo espaço de tempo”, diz.

Na visão de Kemp, os benefícios que a NASA tem ao entrar para o segmento de tecnologia de cloud computing são claras. Uma delas é o aumento no número de desenvolvedores que trabalham no código do OpenStack e a influência que a NASA pode exercer no andamento dessa evolução de padrões.

“Isso vem de forma a apoiar nossas intenções de ter um sistema pronto, que venha de encontro às nossas especificações, sem criar custo no desenvolvimento e abdicando do uso de sistemas proprietários (licenças)”, ressalta Kemp.

Em longo prazo, os planos da NASA incluem incrementar a confiabilidade de serviços de cloud computing e possibilitar a migração total de seu sistema para essa plataforma nos próximos dez ou 20 anos.

“Atualmente”, diz Kemp, “a NASA não usa oficialmente qualquer serviço público de cloud, o que não descarta a possibilidade de determinado departamento da organização usar um ou outro recurso de computação em nuvem”.

Mesmo contando com o valioso apoio da NASA, resta ver qual será o futuro do OpenStack e como poderá influenciar o futuro da plataforma de cloud computing.

Na perspectiva do analista da Gartner, Daryl Plummer, “faltam à nuvem padrões unificados e soluções de portabilidade”.

Plummer diz que o OpenStack é um serviço de infraestrutura apenas. “Isso não é uma má ideia. Só que exige um foco e uma compreensão sóbrios a respeito de seus objetivos”.

O OpenStack integra o código que a NASA estava usando no KVM hypervisor. A plataforma da RackSpace possuía suporte a Xen, mas até o momento, isso não ocorre com o VMware. Isso não impede o desenvolvimento de extensões de suporte ao hypervisor, mas, todavia, será necessário a compatibilidade com o VMware para suportar suas ferramentas

(Patrick Thibodeau)

* fonte: IDG Now!