As tecnologias trazem mudanças nos fatos e movimentos sociais dos cidadãos. As invenções científicas e o desenvolvimento tecnológico são atividades influenciadas pelas necessidades sociais, pelas exigências econômicas, pelas circunstâncias psicológicas e socioculturais de uma época historicamente determinada. As atividades tecnológicas têm sua história que vai dos instrumentos mais rudes até aos instrumentos mais sofisticados, e, percebemos que, a cada tempo, a tecnologia influenciou nossas vidas. A tecnologia educacional é uma área que vem sendo desenvolvida há muito tempo. Tem suas origens no conceito tecnicista (desenvolvido na era industrial) e no desenvolvimento das investigações em psicologia e nas teorias de comunicação, que favorecem o melhoramento de programas gerando novos modelos. Novos objetos de estudos têm desafiado a Pedagogia em função do fluxo de informação que circula atualmente na sociedade. Sendo assim, a escola deve saber trabalhar com as várias modalidades de fontes de informação e formas adequadas de leitura de seu conteúdo. Passamos por um período de transição entre o que se imaginava ser possível e o possível que está além da nossa imaginação. Os avanços da tecnologia têm se mostrado cada vez mais assíduos neste período de transição. Dentre estes avanços, vem surgindo uma nova tendência que está se desenvolvendo cada vez mais rapidamente. São as tecnologias da informação e comunicação (TICs) e como conseqüência destas, as tecnologias da informação e comunicação educacionais (TICEs). Não se deve considerar que esta nova tendência, principalmente no campo educacional, vá levar a uma informatização do ensino. Pelo contrário, as novas possibilidades de informação e comunicação, se bem utilizadas, poderão tornar a educação mais eficiente e inovadora. Pode-se dizer que a informática é uma ferramenta, um meio que auxilia no desenvolvimento de um objetivo, até que se chegue a um fim determinado. Pode-se afirmar que para que a utilização de qualquer recurso contribua de maneira significativa no processo de ensino aprendizagem é preciso que o professor saiba utilizá-lo, portanto é essencial que a ele seja oportunizado capacitação adequada.

Como muito bem expõem Schimitz(1992,p.146)“nenhuma pessoa pode esperar fazer o melhor uso dos recursos se não se der ao trabalho de descobrir todas as possibilidades de sua utilização.” No caso dos professores, este esforço não depende somente deles. É muito importante também, com relação à capacitação dos professores algumas considerações sobre em que bases isto deve acontecer. Na literatura especializada, a maioria dos autores é unânime em afirmar que a utilização do computador no ensino exige mais do que conhecimentos operacionais sobre a máquina.

Embora seja imprescindível para se conseguir o domínio didático do computador, ter um certo conhecimento operacional da máquina, apenas este é totalmente vão. Assim sendo, não é possível fazer um uso produtivo do computador sem que se compreenda o mínimo do seu funcionamento. O contrario também é verdadeiro, é impossível somente com conhecimentos técnicos fazer um bom uso das novas tecnologias da informação e comunicação. Chaves (1983) faz um alerta para que a preparação dos professores não seja centrada na competência técnica, no domínio dos computadores e de seus utilitários, nem em linguagens de programação, mas sobretudo numa reflexão crítica sobre os aspectos psicocognitivos e psicopedagógicos da relação entre os alunos e a informática na sala de aula. A eficácia da implementação e utilização do computador no espaço escolar depende, também, que os professores estejam comprometidos com as discussões sobre a importância e a necessidade de se introduzir os recursos da informática na escola neste momento da história, além é claro, de sensibilizá-los e envolvê-los com as preocupações de como utilizar o computador no ensino. Também é condição necessária para o sucesso da implementação e utilização da informática no ensino que os professores tenham o máximo de conhecimento sobre todas as possibilidades e modalidades de uso do computador. Quanto mais conhecermos e discutirmos sobre os possíveis usos do computador em sala de aula, mais descobriremos sobre os reais ganhos e eventuais prejuízos deste instrumento para o ensino. Esta é também uma forma de acabar com algumas resistências e desconfianças dos profissionais da área educacional. Ressalta-se, ainda, de que neste momento também é dever de toda instituição possibilitar a complementação e a atualização da formação desses profissionais (tanto nos aspectos pedagógicos específicos de suas disciplinas, quanto nas modificações que estão ocorrendo no mundo como conseqüência do avanço das pesquisas em ciência e tecnologia) bem como a troca de experiências entre eles, de modo a redundar em melhoria dos serviços prestados pela escola.